A capa da matéria da super interessante de Julho de 2018 deixa a entender que a pirâmide alimentar foi construída em cima de um estudo patrocinado pela indústria açucareira, que culpava gorduras pelas doenças cardiovasculares. Embora tenha acontecido mesmo essa fraude, o autor da matéria se engana quanto a pirâmide.
Basta olhar a imagem 1 e vemos que doces estão no topo enquanto que na base temos mais fontes de amido. Dito isso, fica claro que carboidratos não são todos iguais (açúcar de mesa é sacarose, por ex), e que
a pirâmide (assim como o guia alimentar) prima por carboidratos saudáveis, embora entusiastas hoje pensem que pão e macarrão engordam.
O autor também cita as frutas como fontes de açúcar mas é importante ressaltar que uma dieta rica em frutas está longe de ser obesogênica ou mesmo que apresente risco cardiovascular.
Na imagem 2, vemos que o consumo de gorduras aumentou significativamente, assim como o de açúcar. Porém, o consumo de amido (starch), frutas e vegetais continuou baixo, Isso nos dá uma boa dica de como a qualidade alimentar é importante.
Na imagem 3,(ref 2), a troca de gorduras saturadas e carboidratos refinados por gorduras insaturadas e carboidratos integrais diminuindo risco cardiovascular.
Ou seja, embora a pirâmide apresente um padrão mais rico em carboidratos, ela não é nem de longe a principal responsável pelo aumento da obesidade. Devemos olhar mais a qualidade alimentar antes de pensarmos que tal macronutriente é pior ou melhor.
Abs, Lincoln Almeida
Post em parceria com @nutrifelipealmeida
1-Changes in the nutrient content of american diets
2-Saturated Fats Compared With Unsaturated Fats and Sources of Carbohydrates in Relation to Risk of Coronary Heart Disease: A Prospective Cohort Study.