Nutricionista: Pergunte isso ao seu paciente

Fica claro que alimentar-se vai muito além do ato de comer. Envolve diversos fatores que podemos classificar em: Ambientes, pessoas e rotinas.

Esse é o sistema que envolve todos os hábitos de uma pessoa, assim também com os hábitos alimentares.

Não é surpresa, e a ciência respalda isso : Pessoas são totalmente influenciadas pelos parceiros. Em resumo, o namorado, marido, esposa … pode ser seu maior incentivador ou seu maior inimigo.

Fazer dieta é caro. Treinar é demorado e chato para alguns. Além disso, a perda de peso pode ser uma batalha difícil para pessoas com predisposição genética à obesidade.

A inclusão de uma pessoa próxima em seus planos de emagrecimento pode ser uma ótima maneira de garantir seu sucesso, mas apenas se seu parceiro estiver tão comprometido quanto você. Isso porque quando há um comprometimento de ambos significa não é apenas falhar consigo, mas também passa a ser parcialmente responsável pelo resultado do outro.

Mas o contrário também é verdadeiro. Muitos decidem fazer uma dieta porque estão desconfortáveis com seu corpo, mas encontram a maior barreira ainda em casa. O parceiro não está disposto a abrir mão do estilo de vida para ajudar o outro, e inclusive muitas vezes se frustra:

“Eu não ligo. Vou pedir uma pizza, se você quiser come, se não come sua salada”

Um egoísmo centrado em ciúmes e incompetência que acaba por prejudicar substancialmente os resultados e muitas vezes leva ao abandono de um protocolo alimentar.

O nutricionista consegue identificar um fator de risco para esse tipo de comportamento no início de um tratamento, ainda na anamnese/entrevista.

É possível fazer uma correlação simples em três passos:

  1. Pergunta quando o paciente começou a ganhar peso de forma mais agressiva.
  2. Pergunta quando iniciou o relacionamento com o parceiro.
  3. Pergunta como são os hábitos alimentares do parceiro.

Apenas com essas três perguntas você será capaz de compreender a influência dessa pessoa no ganho de peso e na saúde do paciente. E a partir daí começar a direcionar o tratamento de forma que o parceiro aceita fazer parte do processo também.

Caso contrário, esse paciente deverá ser instruído a conversar com a pessoa a fim de esboçar seu descontentamento com o seu corpo e saúde e o quanto a pessoa que ela ama a atrapalha em ser mais feliz e confiante.

Situações severas precisam de medidas severas.

Abraços, Lincoln Almeida

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